Vou vendo esse céu escuro,
Vou seguindo essa trilha,
Era claro ainda, vi o muro
Lá da vila das quadrilha
E pensando aqui sozinho,
No que ela fez comigo,
Só dei afeto e carinho,
Não mereço esse castigo.
Porque ela tinha que falar
Aos mestres das maquinação
Para na corte ainda chegar
Deu a mim... A sem coração
Antes levava pendurado,
Um violino da minha arte,
Hoje em perigo alarmado,
Trago então um bacamarte;
Pode ser que eles estejam,
Ali atrás da próxima curva
Mas tomara não me vejam,
Essa noite está bem turva,
Foi ontem que ela partiu,
Bem antes do amanhecer,
Já que ela assim mentiu,
Pior dela vou fazer,
Vou encontrar aqueles clérigo,
Que usa aquelas roupa preta,
Então uma verdade consigo,
Deixo a eles que interpreta;
Eu não sou só um bandido,
A ninguém nunca enganei,
Não vou viver escondido,
Com tantas coisas que sei;
Vou chegar lá no castelo,
Do bom conde de Araluz,
O mau dela eu desmantelo,
E chamo os homens da cruz,
Pra queimá-la na fogueira,
Aquela mentirosa danada,
Com alma de fofoqueira,
Vai ser por eles interrogada.
Caminho entre os ciprestes,
No triste céu de lua nova,
O desafio que me fizestes,
Colocou minha alma a prova.
E quando me perseguirem,
Com aquele ódio que aferra,
Vou fugir pra não me virem,
Pra bem longe noutra terra;
Se os navios passar o abismo,
Aquele bem grande do oceano,
Dizem viajantes, sem ceticismo,
Tem mais terra... Não me engano.
Autoria de Nick – julho de 1996
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