quarta-feira, 13 de junho de 2018

Vento soturno

No campo ressecado vento havia,
mas na floresta nada se movia:
Trevas soturnas, diurnas, noturnas,
coisas turvas o calor escondia.

O vento desceu dos montes gelados,
Rugindo em ondas qual mar agitado;
Os ramos fremiam, a floresta bramia, 
De folhas o chão estava forrado. 

De Oeste para Leste o vento em festa; 
Cessara o movimento na floresta 
Mas aguda e fatal, pelo pantanal, 
Sua voz sibilante uiva e protesta 

Assobia o capim curvando as flores, 
Batem os juncos, seguem-se temores: 
Sobre o lago agitado um céu calado, 
Nuvens correndo rasgadas e horrores. 

As desertas montanhas lá se vão, 
Varre ela agora a toca do dragão: 
Trevas e negrume, pedras em cardume, 
Fumaça impregna o ar de escuridão. 

Deixa o mundo e sua fuga continua, 
sobre os mares da noite ele recua. 
Ao som doce da brisa a lua desliza, 
acende-se uma estrela e a luz flutua. 

Autoria de J R R Tolkien

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