Se a provação te alcança,
Contempla a Natureza, alma querida e boa,
E encontrarás, na Terra, em toda parte,
O lar de luz que nos aperfeiçoa.
Dores? Dizes que as dores lembram trevas
Compelindo-te o sonho a persistir de rastros...
Fita o império da noite desvendando
A floresta dos astros.
Renúncia? Há quem afirme que a renúncia
É carga improdutiva para o amor...
Olha o brilhante arrebatado à pedra,
Esbanjando esplendor.
Sofrimento? Assevera a rebeldia
Que todo o sofrimento é processo infecundo,
Mas a fonte filtrada entre os punhais da rocha
Acrescenta o conforto e a beleza do mundo.
Crises? Lembra o fragor da tempestade...
O campo grita ao furação violento...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime.
Sacrifício? Medita entre o tronco
A tombar sem apoio a que se arrime...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime
Morte? Se crês que a morte é o fim de tudo,
Qual abismo escavando abismos agressores,
Fita a semente nua a renascer do solo
Para ser planta nova e esmaltar-se de flores...
Escuta alma querida! A vida é sempre amor
Do mais nobre caminho aos mais plebeus
E a presença da dor, em qualquer parte,
É uma benção de Deus.
Maria Dolores
de A Terra e o Semeador
Psicografado por Chico Xavier
arte Igor Levashov