terça-feira, 2 de novembro de 2021

SEMPRE AMOR


Se a provação te alcança,
Contempla a Natureza, alma querida e boa,
E encontrarás, na Terra, em toda parte,
O lar de luz que nos aperfeiçoa.

Dores? Dizes que as dores lembram trevas
Compelindo-te o sonho a persistir de rastros...
Fita o império da noite desvendando
A floresta dos astros.

Renúncia? Há quem afirme que a renúncia
É carga improdutiva para o amor...
Olha o brilhante arrebatado à pedra,
Esbanjando esplendor.

Sofrimento? Assevera a rebeldia
Que todo o sofrimento é processo infecundo,
Mas a fonte filtrada entre os punhais da rocha
Acrescenta o conforto e a beleza do mundo.

Crises? Lembra o fragor da tempestade...
O campo grita ao furação violento...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime.

Sacrifício? Medita entre o tronco
A tombar sem apoio a que se arrime...
Depois, fez-se violino entre mãos hábeis
Interpretando a música sublime 

Morte? Se crês que a morte é o fim de tudo,
Qual abismo escavando abismos agressores,
Fita a semente nua a renascer do solo
Para ser planta nova e esmaltar-se de flores...

Escuta alma querida! A vida é sempre amor
Do mais nobre caminho aos mais plebeus
E a presença da dor, em qualquer parte,
É uma benção de Deus.


Maria Dolores
de A Terra e o Semeador
Psicografado por Chico Xavier
arte Igor Levashov

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domingo, 21 de março de 2021

A Harpia das Asas de Ferro



Lembrai desta história, crianças,
Antiga que aqui desenterro:
Eu vi, quando jovem, nas minhas andanças
A harpia das Asas de Ferro.

Seu grito era o grito das eras
Transpondo os espaços aéreos:
Rugia à maneira que rugem as feras
Ou almas dos vis cemitérios.

O chão com seu vôo tremia
E as nuvens fugiam do céu,
Tamanha era a fúria nos urros da Harpia
Que, lembro, chamava-se Orvel.

A um deus desafios lançou,
Lançou-se sem medo à batalha,
E contra Ankhaitar a lutar se atracou,
Despindo da rubra mortalha.

E os homens fugiam com medo;
Mulheres, crianças, também;
O embate seguia feroz no rochedo,
Durasse dois dias ou cem!…

Quem foi vencedor eu não vi,
Nem vi quem saiu por vencido:
Também eu tremera ao ficar por ali,
Temendo da morte o sentido.

Mas hoje, já velho e sem ar,
Meus olhos cansados eu cerro…
E ainda, no além, eu irei recordar
Da Harpia das Asas de Ferro. 


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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Sob a terra os ossos repousam


Nobre Guerreiro desaparecido,
Aquele de que ninguém lembra.
Lutou a guerra que corpos desmembra
Mas pelo tempo foi esquecido.

Os nomes dos que a começaram
Tornaram-se grandiosos na história,
Gravados na memória
E nas lacunas do tempo ficaram.

Sob a terra os ossos repousam
E eu grito para o lembrarem:
«Ergam-se, mortais da guerra,
Que morreram por sua terra!
Vossos ossos, que são despojos,
Por cães foram rilhados!
Ergam-se agora que são imortais
Pois por mim sereis lembrados!
Vossos rostos deformados
Pela dor da morte.
Rostos que eu não sei,
Nomes eu desconheço,
Mas que honro com orgulho
E recuso a esquecer!

Lembro vos, agora, guerreiros
Que lutaram, que morreram
E os vivos esqueceram!»

Desconheço a Autoria


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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Quarentena


Autor: Moraes Moreira


Eu temo o coronavirus
E zelo por minha vida
Mas tenho medo de tiros
Também de bala perdida,
A nossa fé é vacina
O professor que me ensina
Será minha própria lida


Assombra-me a pandemia
Que agora domina o mundo
Mas tenho uma garantia
Não sou nenhum vagabundo,
Porque todo cidadão
Merece mas atenção
O sentimento é profundo


Eu não queria essa praga
Que não é mais do Egito
Não quero que ela traga
O mal que sempre eu evito,
Os males não são eternos
Pois os recursos modernos
Estão aí, acredito


De quem será esse lucro
Ou mesmo a teoria?
Detesto falar de estrupo
Eu gosto é de poesia,
Mas creio na consciência
E digo não a todo dia


Eu tenho medo do excesso
Que seja em qualquer sentido
Mas também do retrocesso
Que por aí escondido,
As vezes é o que notamos
Passar o que já passamos
Jamais será esquecido


Até aceito a polícia
Mas quando muda de letra
E se transforma em milícia
Odeio essa mutreta,
Pra combater o que alarma
Só tenho mesmo uma arma
Que é a minha caneta


Com tanta coisa inda cismo;.
Estão na ordem do dia
Eu digo não ao machismo
Também a misoginia,
Tem outros que eu não aceito
É o tal do preconceito
E as sombras da hipocrisia


As coisas já forem postas
Mas prevalecem os relés
Queremos sim ter respostas
Sobre as nossas Marielles,
Em meio a um mundo efêmero
Não é só questão de gênero
Nem de homens ou mulheres


O que vale é o ser humano
E sua dignidade
Vivemos num mundo insano
Queremos mais liberdade,
Pra que tudo isso mude
Certeza, ninguém se ilude
Não tem tempo,nem idade


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sexta-feira, 10 de julho de 2020

No portão do grande lobo




“Quatro guerreiros guardam, do grande Lobo, o peito 
Presos por um dever além dos chamados mortais,
Escutai suas canções desse grande, realizado feito,
E então testemunhai, suas maviosas notas finais:

O da Rosa, espadachim, entoa a nota mais alta 
O de longo machado laranja vibra em tom profundo 
Seu irmão com lança azul une sua nota e exalta 
E o da alabarda verde, canta os segredos do mundo.

Pois todo dever deve finalmente terminar,
Toda canção um dia finalmente é cantada.
Na paz eterna do abraço de Hel... Descansar:"


(Mitologia Nórdica) Desconheço a autoria (Adaptação de Nick)
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